No dia primeiro de janeiro de 2019, Jair Bolsonaro assumirá a presidência do Brasil. Sua candidatura, seu governo e seus aliados representam o que há de pior em qualquer sociedade: o autoritarismo, o sexismo, o racismo, a homofobia e a xenofobia. O capitalismo aliado a práticas com fortes tendências fascistas!
O novo presidente já mostrou que as minorias políticas serão os principais alvos de seu governo: a classe trabalhadora e pobre, as mulheres, a população negra e periférica, toda comunidade LGBTTIQ, os povos indígenas e imigrantes terão ainda mais direitos ameaçados e suas vidas colocas em risco.
Usando notícias falsas, boatos e distorções dos fatos, Bolsonaro e seus apoiadores foram capazes de influenciar milhões de pessoas e fugir de todos os debates sobre seus projetos e ideias.
Ele representa um risco aos ecossistemas ao querer acabar com leis e acordos ambientais, negando a existência do aquecimento global e planejando entregar reservas ecológicas e terras indígenas ao agronegócio e ao mercado internacional. Escândalos envolvendo sua equipe apenas mostram que Bolsonaro usará da mesma corrupção que os governos anteriores.
Suas visões políticas foram amplamente elogiadas por supremacistas brancos como David Duke da Ku Klux Klan e sua corrida eleitoral apoiada por Steve Bannon, estrategista de campanha de Donald Trump, presidente americano que Bolsonaro promete total subserviência.
Portanto, não é possível esperar: 2019 deve ser um ano de luta ainda mais intensa. Convidamos a todas e todos, comunidades, movimentos, coletivos, associações, estudantes, trabalhadores e trabalhadoras e quem não tem trabalho para a organizar uma luta ampla e para além da política partidária. A polarização entre direita e esquerda no nível eleitoral tem servido de distração e colocado projetos de poder semelhantes como aparentemente opostos. Enquanto isso, deixa intacta a raiz do problema que se encontra no Estado e na forma capitalista da sociedade.
Devemos lembrar que as leis antiterroristas que criminalizam protestos e movimentos sociais foram criadas e aplicadas durante o governo dito de esquerda de Lula e Dilma Rousseff. E agora, serão aprimoradas e usadas pelo governo de Bolsonaro para neutralizar qualquer oposição popular nas ruas.
Nas palavras do próprio Bolsonaro: as oposições e também as todas as formas de ativismo estarão banidas do país. A violência policial será ainda mais intensa e a turba influenciada por seus discursos de ódio que saíram do armário em sua campanha, não voltará para lá. Eles também estarão nas ruas agora!
Não podemos recuar. Estivemos nas ruas contra o aumento das passagens e a Copa das Confederações em 2013, contra os impactos da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016. Nas ocupações das escolas em 2015 enfrentando os cortes da educação. Nas escolas e instituições culturais ocupadas contra as medidas de Michel Temer em 2016. Em 2017 e 2018 em todas as greves, ocupações e marchas contra o atual governo.
É necessário tomar novamente as ruas para resistir, deslegitimar e expor os absurdos defendidos por Bolsonaro como uma ameaça a todas as pessoas, para o meio ambiente e para as gerações futuras.
Estaremos nas ruas com protestos, organização popular, ação direta. Convidamos agora para essa luta, todas e todos aqueles que sistematicamente vem sido prejudicados por governos e pelo capitalismo durante toda sua vida, e também aqueles que agora serão ainda mais atingidos e desejam resistir ao governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, combatendo os grupos autoritários, conservadores, neoliberais e fascistas que estão tomando às ruas e as instituições políticas nos últimos anos.
Desde o dia da sua posse, primeiro de janeiro, ocuparemos as ruas contra toda e qualquer medida imposta pelo seu governo. A luta pela terra, por moradia, pela nossa existência, por justiça e igualdade deverá ser mais intensa do que nunca. Estaremos também nos dias históricos das lutas populares:
Oito de março, dia da mulher; 19 de abril, dia da resistência indígena; primeiro de maio, dia dos trabalhadores e trabalhadoras; 28 de junho, dia do orgulho LGBTTIQ; sete de setembro e o grito dos excluídos; 20 de novembro dia da consciência negra.
Será preciso tomar toda oportunidade de demonstrar que não existe consenso. A maioria da população não votou em um governo autoritário, que abre as portas para maior militarização da sociedade, para o fascismo e para a supremacia branca e patriarcal.
Não iremos parar de lutar até que o Estado e o capitalismo caiam!
Em 2019, Bolsonaro e seus aliados não terão descanso!
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